domingo, 18 de novembro de 2012

Consciência Negra





Em 20 de novembro, é comemorado, em todo o país, o dia da Consciência Negra. A escolha desta data deveu-se à morte, neste dia, de Zumbi, o líder do quilombo dos Palmares, um dos principais representantes da luta do negro contra a escravidão no Brasil, sendo considerado, mais importante que o dia 13 de maio, quando foi assinada a Lei Áurea,  data da abolição no papel, sem políticas públicas de inclusão do negro liberto na sociedade.


Ter consciência negra é dar oportunidade igual à todos, é lutar pela paz, é ver na diversidade o valor da humanidade, é tratar os negros brasileiros como cidadãos brasileiros.

domingo, 14 de outubro de 2012

Pedofilia:Trauma irreparável na vida de uma criança, não podemos calar.






O dia 12 de outubro foi oficializado como Dia da Criança por meio do decreto nº 4867 de 1924 e tornou-se uma data importante para o setor de brinquedos no Brasil.
Atualmente o consumismo faz com que a aproximação da data, deixe pais, filhos, avós, tios, padrinhos anciosos, na expectativa das compras, muitas vezes reforçando o endividamento, sem, contudo se preocupar em dar um presente diferente, muitas vezes até em passar um dia juntos, com brincadeiras criativas, sem a necessidade de atender ao apelo do comércio.
Infelizmente a data não deve ser só de comemoração, deve ser também de reflexão e de mobilização contra os crimes de abuso e exploração sexual contra crianças e adolescentes que acontecem todos os dias, em todas as classes sociais e em todas as cidades do país, dentro das residências, nas escolas, na internet...  O abuso sexual de menores gera danos na estrutura e nas funções do cérebro da criança molestada, na memória e nas emoções..., na maioria desses crimes as vítimas não recebem o devido atendimento e sem apuração os criminosos não são punidos e a punição só se dá com a denúncia – Disque Denúncia de Abuso e Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes, que é o Disque 100 e pelo cumprimento da lei.
 No Brasil, o Estatuto da Criança e do Adolescente, em seu Artigo 241, estabelece a pena de reclusão de 4 (quatro) a 8 (oito) anos e multa para quem vender fotografia, vídeo que contenha cena de sexo explícito ou pornografia envolvendo criança e adolescente (Lei 11.820 de 2008).
É preciso estar atento, denunciar toda forma de abuso e exploração sexual, maus tratos e negligência contra as crianças, para que todos os dias sejam felizes dias para as crianças.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Luther King, dá uma dica a mais de como realizar teu sonho!

Revista da Editora Manchete, Pais e Filhos!, completa um ano sem ter crianças negras na capa.


Só os brancos nascem?

Deixo estas imagens e algumas reflexões. Em um ano apenas de publicação, o que somente uma revista de maternagem e cuidado infantil foi capaz de semear? Não vejo bons frutos nisto.








(março de 2012)

Esta é edição deste mês de março, 2012, da Revista Pais & Filhos, Editora Manchete. Feita em São Paulo, tem circulação e renome nacional nesta área de cuidado infantil, ao lado da Revista Crescer. Fofinho, não? Aliás, todas as crianças são fofíssimas, despertando aquela vontade de encher de cheiro aquela bolinha rosa, loira e de olhos azuis. Ops...como assim? É, então, amig@s. Algo muito simples: para a Revista Pais & Filhos, só os brancos nascem, e preferencialmente os brancos loiros e de olhos claros. Só as crianças brancas são fofinhas. Num país em que @s negr@s são, pelo menos, 51% da população, nenhuma fofinha criança negra - nenhumazinha - recebeu espaço de capa da Pais & Filhos no tempo de um ano inteiro. Mostro a vocês aqui, retrospectivamente, as capas de março de 2012 a março de 2011 - 13 edições completamente brancas. Para um país 100% branco talvez - reforço, talvez - isso não fosse tão indecente.



(fevereiro de 2012)

Acontece que somos um país de maioria negra. Em alguns estados, a população negra é até pequena; em outros, predominante. Negras e negros de várias tonalidades, vários tipos corporais, diversas etnicidades; cabelo pixaim, enrolado, misturado, nariz mais largo ou mais fino, negritudes diversas que no entanto são reconhecidas socialmente pela sua matriz africana e toda a história que comporta o corpo negro. Essa história indesejável, para a matriz europeia, tem sido constantemente relegada ao esquecimento das páginas escritas - mas não é esquecida de nenhum modo: porque, se não nas páginas dos historiadores clássicos, no corpo das pessoas que a carrega. Por isso o corpo d@ negr@ é tão negado, invisibilizado. Porque conta uma história indesejável a uma ideologia hegemonicamente branca.



(janeiro de 2012).

E se tem algo que a história negra carrega é acerca do fundamento da família. A família, nos sentidos afro-brasileiros (assim como nos povos nativos), é quem sustenta, congrega, fortalece, permite existir e resistir. A mãe que conduz os filhos, pelejando duramente para garantir suas vidas neste mundo sob leis humanas tão desumanas, é a mulher negra que centraliza a força da casa, do terreiro, da comunidade. Se não é mãe de sangue, é mãe-madrinha, mãe-de-santo, mãe-vó. A família, para os povos negros, tem a força da origem e da continuidade. É o espaço em si de guarnição - espiritual e social. Daí que se formam quilombos: numa casa ou numa rua, mães, tias, avós, irmãos, primos e primas se aquilombam, sem a classificação dicotômica de "família nuclear" e "família extensa", comum à família da cultura burguesa.













(edições de dezembro a setembro de 2011)

Por que não temos imagens de crianças negras em um ano de edições da Revista Pais & Filhos. Porque pais, mães e filhos e filhas negr@s não interessam à revista. Ela simplesmente assume o padrão racista do que branco desejável, negando terminantemente a negritude brasileira. O maior problema dessa postura racista é que perpetua a negação da família negra aos olhos da sociedade em geral. Primeiramente, impõe uma imagem familiar que exclui os pais e filhos negros; nega, portanto, às mães negras (porque às mães é destinada a revista, apesar do título) se sentirem parte de uma dimensão materna - o cuidado infantil. Consequentemente, nega aos bebês negros o direito de pertencerem a este universo dos anjinhos, dos serezinhos que devem receber cuidados e mimos especiais.












(edições de agosto a abril de 2011)


texto: Rebeca Oliveira Duarte

http://observatoriodoracismovirtual.blogspot.com.br/

terça-feira, 5 de junho de 2012

quarta-feira, 9 de maio de 2012

13 de maio - Dia nacional de Denuncia Contra o Racismo

O 13 de Maio é uma data que deve ser de reflexão, de luto pelos nossos antepassados que morreram durante a escravidão, de denúncia, de luta, não como lamento, mas de afirmação. A sociedade toda tem a necessidade do conhecimento e da compreensão do passado do povo negro para entender o presente e não repetir este crime contra a humanidade que foi a escravidão.


A abolição, em 1888, não foi por justiça social, mas por uma necessidade de inserir o Brasil na economia mundial, uma vez que o capitalismo era incompatível com a escravidão então vigente no Brasil. A Lei Áurea não incluiu os libertos na vida social, nem tampouco o Estado e a Igreja garantiram aos trabalhadores já libertos assistência e proteção.

Atualmente, a população negra brasileira não tem garantido o cumprimento integral da Constituição Federal no que se refere a "Todos são iguais perante a Lei". Temos como exemplo a expectativa de vida dos negros, que é menor que a dos brancos; a não implementação da Lei 11.645/08, que diz ser obrigatório o ensino da história da África e dos negros brasileiros – na maioria das escolas, a matéria ainda é tratada como optativa no currículo escolar, dependendo da direção de cada instituição.

Os negros brasileiros sofrem com o racismo, com contradições, angústias, frustrações, exclusões. Para nós, negros, a discriminação não passa desbercebida porque sentimos e somos atingidos diretamente em nossa pele, nossa saúde, nossa segurança, nossa autoestima, nossa moral, nossa cultura, nossa educação e ainda não usufruímos da nossa cidadania plenamente.

terça-feira, 27 de março de 2012

O Brasil é sim um país racista

O racismo institucional é o responsável pelo tratamento diferenciado entre negros e brancos em políticas como a de educação, trabalho, saúde, segurança e nos meios de comunicação do País. Ao contrário do racismo individual, que se aproxima do preconceito, quando alguém se acha superior ao outro por conta de sua etnia, o racismo institucional é desencadeado quando as estruturas e instituições, públicas e/ou privadas de um país, atuam de forma diferenciada em relação a determinados grupos em função de suas características físicas ou culturais, ou então quando o resultado de suas ações – como as políticas públicas, no caso do Poder Executivo – é absorvido de forma diferenciada por esses grupos, muitas vezes não se tem a percepção real do racismo praticado nas instituições públicas e privadas porque o Brasil cresceu sobre o mito da democracia racial. Nas escolas, estão alguns dos exemplos mais emblemáticos deste racismo institucional: as enormes dificuldades para a implementação da Lei 11645/08 – que modificou a Lei 10639/ 03 –, que determina o ensino da história da África e dos afro-brasileiros com a Lei saímos do submundo da história e nos humanizamos. O Estado brasileiro é responsável por manter a resistência em promover e defender o debate e a implementação de políticas públicas de inclusão, há uma grande campanha da mídia contra as cotas, contra a titulação de terras quilombolas. Sabemos que uma das políticas públicas de maior sucesso no país foi a que beneficiou a chegada de grupos estrangeiros, quando distribuiu lotes de terras, disponibilizou escolas e toda a estrutura necessária para começarem aqui no Brasil uma nova vida, sem dar o mesmo tratamento àqueles que aqui estavam muitos anos escravizados cruelmente e que foram libertos sem nenhuma política que os incluísse na sociedade, como cidadãos brasileiros portadores de direitos e deveres como a que foi dada aos imigrantes que aqui chegaram. A escravidão dos negros no Brasil foi uma ação criminosa, injustificável e indesculpável, tendo em vista que os africanos que foram escravizados eram considerados objetos de uso, sendo desconsiderada a condição de seres humanos.É inaceitável as justificativas econômicas e de colonização que foram impostas durante séculos ao povo negro. Em 1837 a Lei nº 01 de 04 de janeiro dizia no seu artigo 3º que "São proibidos de frequentar as escolas públicas: § 1º - Todas as pessoas que padecem de moléstias contagiosas. § 2º - Os escravos e os pretos africanos ainda que sejam livres ou libertos.Na década de 60 o Brasil implementou uma política publica de ação afirmativa, com a Lei 5.465 de 1968 – Lei do boi – que reservava 50% das vagas de ensino médio agrícola e de escolas superiores de agricultura e veterinária mantidos pela União, para agricultores ou filhos destes, visando oferecer um tratamento justo a grupos específicos em situação de desvantagem por morarem em regiões distantes ou por razões estratégicas. Lá, em 68, quem eram os agricultores, os donos de terra e gado? Por que a sociedade naquela época não se manifestou contrária às cotas? Ou isso não era cota?... mais uma vez os negros deste país foram excluídos, e hoje quando falamos em cotas raciais, que possibilitarão a participação em determinados espaços antes não ocupados por negros, foi criado um processo de desqualificação da pessoa negra de forma perversa e desumana. Sabe-se que racismo tem a ver com poder, enfrentar esta questão é mexer com interesses de muitos, mas temos sim que exigir do estado brasileiro o cumprimento de leis, não podemos mais aceitar uma sociedade, onde a metade da população fica fora das oportunidades e é considerada inferior. Para recuperar os direitos da etnia negra, que historicamente tem sido discriminada é preciso tratar os desiguais de forma igual. O racismo institucional na segurança pública tem características de genocídio no Brasil, exemplo disso nos anos 70, o chamado Esquadrão da Morte, que atuava no eixo Rio-São Paulo, matou mais negros do que a polícia da África do Sul durante o regime do apartheid. Hoje, é preciso discutir a questão da violência considerando a complexidade da relação entre a construção social do preconceito e discriminação racial e a violência que incide sobre a juventude negra e pobre, temos que nos inconformar com o genocídio da juventude negra e continuar a luta por uma sociedade justa. Em 1995 Abdias do Nascimento, corajoso ativista na denúncia do racismo e na defesa da cidadania dos descendentes da África espalhados pelo mundo declarou que no Brasil cada vez mais estão matando negros, infelizmente não exagerou, atualmente de cada três assassinados no País, dois são negros. A questão racial não é uma questão de minorias. É uma questão que deixa de fora metade da população deste país, o Brasil é um país racista e se quiser promover a reparação, tem que enfrentar o racismo corporificado nas instituições, com oportunidades mais objetivas e concretas para todos os cidadãos brasileiros.Cabe a nós Grupo Unir Raças, militantes do movimento negro a responsabilidade de afirmar que é mito dizer que vivemos em uma democracia racial, é importante trazer este tema para as eleições deste ano, fazer com que os partidos políticos entendam que o desenvolvimento brasileiro precisa de sustentabilidade racial, moral e ética , além da social, da econômica e da ambiental. Os racistas diferenciam as pessoas com base em características físicas como a cor da pele, o aspecto do cabelo, no mercado de trabalho ainda sofremos pela exclusão por não ter "boa aparência", não estar dentro dos padroes de estética e beleza impostos pela mídia. Quando falamos de saúde da população negra, falamos do conjunto de direitos que precisam de um controle que possibilite a equidade em saúde. O Brasil é um país insustentável do ponto de vista moral, é o país mais desigual do mundo, e desigualdade aqui tem cor (preta), precisamos entender que para termos uma verdadeira democracia, é fundamental que se instale uma democracia étnica racial para concretizar o velho sonho de todos os oprimidos: a liberdade plena das garras da opressão, onde tenhamos sempre diálogo, oportunidade, tolerância e paz.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

NÃO BASTA SERMOS FELIZES, É PRECISO QUE OS OUTROS NÃO SEJAM DESGRAÇADOS!

Ano novo, práticas velhas... estamos acostumados a ouvir discursos cheios de palavras bonitas, mas vazios, não comprometendo quem fala, nem tampouco informando quem ouve. As práticas que vemos hoje na política, é a de que "isto está posto e que temos que aprender a conviver assim ou ainda de auto promoção", lamentavelmente, mais um ano de eleições, o que seria motivo para celebrar a democracia, também é motivo de preocupação, pois o que se vê é muita gente interesseira, não discutindo projetos e sim oportunidades individuais, se o "sistema" está errado, vamos nós sociedade civil discutir, debater e indicar aos nossos políticos o que queremos, com a consciência de saber que somos merecedores de educação e saúde com qualidade, de cultura e de oportunidades iguais.

Como bem disse Bertolt Brecht: "O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas. O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que da sua ignorância política nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos que é o político vigarista, pilantra, o corrupto e lacaio dos exploradores do povo. Desconfiai do mais trivial, na aparência singelo. E examinai, sobretudo, o que parece habitual. Suplicamos expressamente: não aceiteis o que é de hábito como coisa natural, pois em tempo de desordem sangrenta, de confusão organizada, de arbitrariedade consciente, de humanidade desumanizada, nada deve parecer natural nada deve parecer impossível de mudar. Privatizaram sua vida, seu trabalho, sua hora de amar e seu direito de pensar. É da empresa privada o seu passo em frente, seu pão e seu salário. E agora não contente querem privatizar o conhecimento, a sabedoria, o pensamento, que só à humanidade pertence."


segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Quilombo Oliveira Silveira

Programação Quilombo Oliveira Silveira






Po

Fórum Social Temático 2012

O Sindisindi está presente no Fórum Social Temático de 2012 com a atividade Reflexo do "desenvolvimento" dos povos e comunidades tradicionais que faz parte do eixo temático Direitos dos povos e territórios e defesa da mãe terra.

Venha assistir o filme "Narradores de Javé" que será seguido de debate e reflexões sobre os acontecimentos que fazem parte do cotidiano de muitos brasileiros. O filme retrata a história oral - e a tentativa de escrevê-la - do povoado do Vale do Javé, no interior da Bahia. O enredo se baseia na tentativa dos moradores registrarem no papel as histórias de valor que aconteceram na cidade, pois esse está prestes a virar uma represa de uma hidrelétrica.

Local: Sede do Sindisindi/RS - Av. Voluntários da Pátria, 595 conj. 1604 e 1605

Data: 25/01/2012

Horário: 14h30min



Fonte: SIndisindi/RS

A Raça Humana

A raça humana é
Uma semana
Do trabalho de deus
A raça humana é a ferida acesa
Uma beleza, uma podridão
O fogo eterno e a morte
A morte e a ressurreição
A raça humana é o cristal de lágrima
Da lavra da solidão
Da mina, cujo mapa
Traz na palma da mão
A raça humana risca, rabisca, pinta
A tinta, a lápis, carvão ou giz
O rosto da saudade
Que traz do gênesis
Dessa semana santa
Entre parênteses
Desse divino oásis
Da grande apoteose
Da perfeição divina
Na grande síntese
A raça humana é
Uma semana
Do trabalho de deus
A raça humana é
Uma semana