domingo, 25 de dezembro de 2011
Boas Festas!
Que o ano novo que está chegando seja de muita saúde, harmonia, conquistas, amizades, amor, de oportunidade, diálogo, tolerância, de trabalho, de lutas e de vitórias, de exercício de ciadadania, de valorização, enfim tudo de bom que a vida possa nos oferecer.
Que 2012 seja um ano de Paz!
segunda-feira, 21 de novembro de 2011
Àfrica berço da humanidade
Moro na cidade mais humana, só que o humanismo praticado aqui é o mesmo que venho vendo ao longo de séculos, onde nós negros ainda somos excluídos sob diversas formas, seja pelo não cumprimento da leis, seja pela intolerância, falta de oportunidade e de diálogo.
A cada novo ano, a cada 20 de novembro, renovo minha esperança de um mundo melhor, de uma sociedade solidária, pacífica, onde todos tenham valorizado o seu potencial como cidadãos e que as diversas etnias que aqui residem sirvam para se respeitar e celebrar cada vez mais a diversidade.
Infelizmente o que presenciei ao longo de anos e ainda agora nesta semana da consciência negra tenho presenciado, sentido, visto é um grande descaso pela minha cultura, a cultura negra, isto que o ano de 2011 é o ano internacional para descendentes de africanos, o município deveria estar comprometido em promover o respeito à diversidade e se empenhar cada vez mais para assegurar a integração dos afrodescendentes em todos os segmentos da sociedade.
Desde o início da organização da semana da consciência negra de Esteio, onde estavam presente, representante do governo municipal, movimento negro, sociedade civil, o sentimento era de união, de integração, de combate ao racismo e ao preconceito, posso até parecer ingênua, mas sei muito bem dos diversos interesses, promoção, sempre disse e digo o povo negro é um povo pacífico, mas nunca foi passivo, somos guerreiros, corajosos e valorosos, meus ancestrais construíram, com muito sangue e suor a riqueza deste país e agora o que vejo é muita lei sendo discutida em gabinetes, a resistência de dar formação aos professores para que efetivamente as leis sejam cumpridas, a dificuldade de se conseguir equipamentos básicos para realizar as ações que nos propusemos a fazer, a falta de verba, pois a semana da consciência negra e a lei federal que diz ser obrigatório o ensino da história da África e dos descendentes de africanos ainda não foram aprovadas como leis do município de Esteio. Basta! Não posso me calar diante de tanto desrespeito para comigo e para com o meu povo preto, não posso mais aceitar que fiquem colocando os movimentos sociais uns contra os outros, a fim de desmobilizar o pouco que ainda conseguimos fazer, não quero mais ver este município marcar a parada livre no dia da consciência negra, pareceu-me que foi para nos colocar em conflito pois o dia 20 de novembro é uma data nacional conquistada pelo Movimento Negro, para reflexão e louvação ao nosso grande herói, de negros, índios e brancos, pois nos quilombos não residiam somente negros, mas todos aqueles que a sociedade excluía, e Zumbi, nosso símbolo de luta e resistência nos deixou esse legado, de continuar a luta, de levar adiante seus ideais, hoje (21-11) quando cheguei na Casa de Cultura Lufredina Araújo Gaya em Esteio, às 19h, o que fui recebida pelo secretário de cultura, que nos indicou o auditório para assistir o teatro conforme publicado na página: http://www.esteio.rs.gov.br/, tive uma infeliz surpresa,
1º - O horário divulgado estava errado, o espetáculo não era às 19h e sim às 20h.
2º - O espetáculo era gratuito e não como constava na página de que era R$ 5,00.
3º - Não houve divulgação do evento, tendo em vista que nem todos os moradores de Esteio tem computador e muitos mesmo tendo computador não tem acesso à internet.
4º - Se o município estivesse mesmo comprometido em aplicar a Lei 10639-03, o público alvo deveria ser estudantes e professores, pois acredito que a educação é que vai fazer as mudanças necessárias para erradicar a discriminação e promover o respeito à diversidade e heranças culturais.
Assisti ao espetáculo com um público de 7 pessoas, garanto que foi emocionante, os atores altamente qualificados e o tema abordado na peça “Sorriso Negro” precisa ser visto, debatido por toda a sociedade esteiense. Espero sinceramente voltar a assistir este espetáculo com aquela casa lotada, ainda neste ano de 2011, Ano Internacional para Descendentes de Africanos e a Àfrica é o berço da humanidade.
2012 é ano eleitoral e eu não quero que os meus irmãos negros sejam vistos somente como eleitores, mas sim como cidadãos, merecedores de dignidade, de oportunidades.
Fica aqui para reflexão a frase de Martin Luter King:
“O que me preocupa não é o grito dos maus, mas o silêncio dos bons”
terça-feira, 8 de novembro de 2011
Sindisindi/RS realiza debate sobre o trabalhador negro no Rio Grande do Sul
Na Semana da Consciência Negra, o Sindisindi/RS promove um bate-papo com o tema O trabalhador negro no Rio Grande do Sul: ontem e hoje. Será dia 17 de novembro, quinta-feira, às 18h30min, no auditório do Sindipolo (Av. Júlio de Castilhos, 596, Centro de Porto Alegre).
Quem conduzirá a conversa será Jorge Euzébio Assumpção, mestre em História, atua na Secretaria Estadual da Educação, na Sociedade Educacional Leonardo da Vinci (Iergs) e é professor dos cursos de graduação e pós-graduação da Faculdade Porto-Alegrense (Fapa). Sua principal área de pesquisa é Escravidão, nos seguintes temas: resistência, África, charqueada, negro e Rio Grande do Sul. Com uma vasta produção acadêmica, Euzébio Assumpção tem publicados diversos livros e artigos e faz parte do corpo editorial da revista História & Luta de Classes.
Como podem ver, o evento é imperdível. Contamos com a presença de todos!
quarta-feira, 28 de setembro de 2011
2011 é o Ano Internacional dos Afrodescendentes
A sociedade brasileira é uma das mais ricas de todo o mundo em termos de cultura e diversidade racial. As fontes de dados sobre a questão racial vêm-se aperfeiçoando e mostram claramente que as atitudes discriminatórias contra as populações indígenas e negras persistem na sociedade brasileira.
2011 é o Ano Internacional dos Afrodescendentes, uma oportunidade para refletir sobre as consequências do tráfico de escravos, cuja prática infame contribuiu, em parte, para a formação da sociedade moderna, em todas as regiões do mundo, e cuja história pode ajudar a nutrir nosso pensamento sobre sociedades multiculturais e multi-étnicas atuais.
O tráfico de escravos nasceu do racismo e da negação das culturas, e ensinamentos que podem ser extraídos daí devem ser o pilar da luta em prol da igualdade dos direitos e contra as novas formas de escravidão ou de comércio com seres humanos.
A história do tráfico de escravos fornece visão única sobre quase quatro séculos de vínculos e intercâmbios entre pessoas e culturas. Cada um de nós precisa ser habilitado para aprender sobre esse passado e recuperá-lo, como passo necessário para construir novo espaço comum. Gerenciar a diversidade cultural e lutar contra o preconceito e discriminação racial são problemáticas fundamentais no mundo em globalização.
A luta pela liberdade das negras e dos negros brasileiros jamais cessou. Em 1971, um significativo capítulo de nossa história vinha à tona pela ação de homens e mulheres do Grupo Palmares. No Rio Grande do Sul foi revelada a data do assassinato de Zumbi, um dos ícones da República de Palmares. Passados sete anos, ativistas negros reunidos em congresso do Movimento Negro Unificado contra a Discriminação Racial cunharam o 20 de novembro como Dia da Consciência Negra. Em 1978, era dado o passo que tornaria Zumbi dos Palmares um herói nacional, vinculado diretamente à resistência do povo negro.
Herdamos os propósitos de Zumbi dos Palmares, Luiza Mahin, Ganga Zumba, Lanceiros Negros, Carolina Maria de Jesus, Oliveira Silveira, João Cândido, Abdias do Nascimento e legiões de homens e mulheres negras que se rebelaram a um sistema de opressão. Lançaram mão de suas vidas a se conformarem com a prisão física e de pensamento. Contrapuseram-se ante às tentativas de aniquilamento de seus valores africanos e contribuíram com seus saberes para a fundação e o progresso do Brasil.
Orgulhosamente, exaltamos nossa origem africana e referendamos a unidade de luta pela liberdade de informação, manifestação religiosa e cultural. Buscamos maior participação e cidadania para os afro-brasileiros e nos associamos a outros grupos para dizer não ao racismo, à discriminação e ao preconceito racial.
Que este 20 de Novembro, onde se comemora os 40 anos da “Consciência Negra”, seja de muita festividade, alegria e renove nossas energias para continuarmos nossa trajetória para conquista de direitos e igualdade de oportunidades. Estejamos todos, homens e mulheres, negros, índios, brancos, irmanados nesta caminhada pela liberdade e pela consciência da riqueza da diversidade racial!
“A cada novo 20 de novembro, Zumbi se espraia, amplia o seu território na consciência nacional, empurra para os subterrâneos da história seus algozes, que foram travestidos de heróis"
Sueli Carneiro
sexta-feira, 29 de julho de 2011
Audiência Pública - Segurança Pública: a abordagem policial na visão dos movimentos sociais
No encerramento da Semana da Juventude de Esteio de 2011 ocorreu o debate a Socialização dos Desafios Teóricos e Práticos da Juventude Negra, organizado pelo Grupo Unir Raças.
Neste debate a demanda mais citada foi Segurança Pública e o genocídio da juventude, mais especificamente a forma de atuação da Brigada Militar na cidade, que age muitas vezes de forma “truculenta” e “violenta”, utilizando os Termos Circunstanciados como uma ameaça aos jovens e cidadãos que são tratados como bandidos condenando-os muito antes de qualquer contato, contrariando as normas constitucionais em que qualquer pessoa é inocente até que se prove o contrário.
Baseado nesta demanda, o grupo Unir Raças chamou uma reunião para discutir a temática com os demais movimentos sociais: Coletivo Feminista Vânia Araújo/Marcha Mundial de Mulheres, Ong da Diversidade, UAME, Associação dos Artistas Plásticos de Esteio e representantes do movimento de pais de jovens e adolescentes de Esteio, no Território de Paz.
Deste encontro fico explicito a necessidade urgente de que a sociedade civil organizada junto com o poder público e seus poderes constituídos encontrem uma solução para este problema. Para tanto, no próximo dia 04 de agosto às 19h, as entidades que representam os movimentos sociais estão convocando uma audiência pública que acontecerá na Câmara de vereadores de Esteio- Rua 24 de Agosto, nº 535, Centro, que discutirá a abordagem policial na visão dos movimentos sociais.
quinta-feira, 23 de junho de 2011
GENOCÍDIO DA JUVENTUDE NEGRA

"Não adianta o negro ir para a universidade se não for para desconstruir o que foi construido lá" Milton Barbosa
"Quando a gente fala de pobreza, de cor, de raça...
sexta-feira, 3 de junho de 2011
Morre Abdias do Nascimento
Em 1995, ao lançar seu livro de pinturas Orixás, os Deuses Vivos da África, disse que "no Brasil se mata negro como se mata cão", infelizmente não exagerou, atualmente de cada três assassinados no País, dois são negros.
Deixa uma legião de seguidores, inspirados na sua trajetória de coragem e dedicação aos direitos humanos a missão de dar continuidade na realização de seu sonho, que a um ano atrás, em uma entrevista declarou "Eu tenho um sonho: ainda quero ver o negro mandando neste país", é preciso continuar a luta por oportunidades iguais.
segunda-feira, 23 de maio de 2011
A Revolução sem mitos

HISTÓRIA REGIONAL DA INFÂMIA
Juremir Machado da Silva
História regional da infâmia - O destino dos negros e outras iniquidades basileiras (ou como se produzem os imaginários) é um livro que contesta os mitos que por séculos sustentaram o imaginário acerca da Revolução Farroupilha. Juremir Machado da Silva, romancista, professor universitário, ensaísta, historiador e tradutor, juntamente com uma equipe de dez pesquisadores, se debruçou sobre 15 mil documentos para trazer à luz este minucioso estudo sobre as verdadeiras causas da Guerra dos Farrapos.
Assim como Jorge Luis Borges em sua História universal da infâmia, Juremir tira do pedestal da glória os grandes heróis da Revolução – Bento Gonçalves, David Canabarro, general Neto, Vicente da Fontoura, entre outros – e os devolve ao plano terreno dos mortais, revelando como interesses pessoais corroeram o lema revolucionário de “liberdade, igualdade e humanidade”. O autor também questiona a origem dos recursos financeiros que possibilitaram a Revolução Farroupilha. Por trás dos discursos abolicionistas havia o sistemático financiamento da luta armada com a venda de negros e promessas vazias de liberdade aos cativos que nela lutassem.
Sem receio de tocar em tabus da história gaúcha, Juremir alimenta a discussão sobre uma possível traição na batalha de Porongos, quando grande parte dos negros foi massacrada num ataque surpresa das forças imperiais, sustentando que a batalha não passou de um estratagema para o aniquilamento dos negros revolucionários.
História regional da infâmia revela em detalhes os bastidores dessa revolução de estancieiros gaúchos que, em quase dez anos de luta, contabilizou menos de 3 mil mortos – número que reduz o conflito a uma dimensão infinitamente menor do que aquela ensinada nas escolas. A partir da análise da mistificação criada por historiadores que não só incharam a história e a importância da revolta, como também deturparam suas principais causas e escolheram seus heróis, o autor mostra que a Revolução Farroupilha acabou bem – ao menos para os seus líderes, que foram regiamente indenizados pelos vencedores imperiais.
fonte: http://www.lpm.com.br
sexta-feira, 13 de maio de 2011
13 de maio - dia de luta contra o racismo / dia dos pretos velhos
É inaceitável as justificativas econômicas e de colonização que foram impostas durante séculos ao povo negro.
Em 1837 a Lei nº 01 de 04 de janeiro dizia no seu artigo 3º que "São proibidos de frequentar as escolas públicas:
§ 1º - Todas as pessoas que padecem de moléstias contagiosas.
§ 2º - Os escravos e os pretos africanos ainda que sejam livres ou libertos.
A exclusão, o racismo e o preconceito sofridos pelos negros no Brasil ao não terem o direito ao acesso à educação durante o período da escravidão ainda é um problema a ser resolvido, mesmo com as políticas públicas adotadas pelo governo federal, ainda percebemos a invisibilidade da população negra no que se refere ao sucesso escolar, ainda temos poucos negros exercendo profissões, como por exemplo: juízes, desembargadores, promotores, médicos, diplomatas, senadores, cientistas, deputados, prefeitos e vereadores. É urgente o cumprimento da Lei 10.639/03, e de tantas outras leis que com certeza poderão aos poucos quebrar este silêncio em relação as questões éticas raciais, ao racismo brasileiro. É importante destacar que lá (1837) quando a lei excluía, ela era cumprida e hoje, quando a lei é de inclusão, ela é desrespeitada, muitas vezes também por aqueles que deveriam fazer cumprir verdadeiramente as leis.
O 13 de maio é uma data que deve ser de reflexão,de luta que deve ser sempre lembrada, não como lamento, mas de afirmação de onde viemos, o que somos e o que queremos e merecemos ser, é preciso sempre manter viva a memória, para não repetir esta atrocidade, este crime contra a humanidade que foi a escravidão.
O dia 13 de maio deve ser marcado por manifestações antirracistas, de denúncia de que a abolição em 1888 não incluiu a população negra brasileira nem tampouco garante o cumprimento integral da Constituição Brasileira, no que se refere "Todos são iguais perante a Lei", temos como exemplo a expectativa de vida dos negros que é menor que a dos brancos.
13 de maio dia dos pretos velhos, estes representam a força, a sabedoria, o amor e a caridade.
Sugestão de filmes:
Cafundó é inspirado em um personagem real saído das senzalas do século XIX. Um tropeiro, ex-escravo, deslumbrado com o mundo em transformação e desesperado para viver nele. Este choque leva-o ao fundo do poço. Derrotado, ele se abandona nos braços da inspiração, alucina-se, ilumina-se, é capaz de ver Deus. Uma visão em que se misturam as magias de suas raízes negras com a glória da civilização judaico cristã. Sua missão é ajudar o próximo. Ele se crê capaz de curar, e acaba curando. O triunfo da loucura da fé. Sua morte, nos anos 40, transforma-o numa das lendas que formou a alma brasileira e, até hoje, nas lojas de produtos religiosos, encontramos sua imagem, O Preto Velho João de Camargo.
Quanto vale ou é por Quilo?
Uma analogia entre o antigo comércio de escravos e a atual exploração da miséria pelo marketing social, que forma uma solidariedade de fachada. No século XVII um capitão-do-mato captura um escrava fugitiva, que está grávida. Após entregá-la ao seu dono e receber sua recompensa, a escrava aborta o filho que espera. Nos dias atuais uma ONG implanta o projeto Informática na Periferia em uma comunidade carente. Arminda, que trabalha no projeto, descobre que os computadores comprados foram superfaturados e, por causa disto, precisa agora ser eliminada. Candinho, um jovem desempregado cuja esposa está grávida, torna-se matador de aluguel para conseguir dinheiro para sobreviver.
Sugestão de vídeos:
Assista aos vídeos disponibilizados na página: http://www.acordacultura.org.br/, venha conhecer os Heróis de Todo Mundo. Este projeto tem como propósito construir uma nova prática para pensar e agir as relações educacionais plurirracial e multicultural, dando visibilidade à cultura afro-descendente como protagonista na construção histórica do nosso país.
Projeto RS Negro - disponível gratuitamente no Portal da PUCRS http://ebooks.pucrs.br/edipucrs/rsnegro/ - http://www.pucrs.br/faced/educomafro/
Sugestão de leitura:
Em busca da liberdade - traços das lutas escravas no Brasil - de Emilio Gennari traz à tona o velho sonho de todos os oprimidos do mundo de todas as épocas: a liberdade das garras da opressão. E, junto com o sonho, as lutas travadas em busca da liberdade. Um texto leve e bastante informativo, de acordo com a editora, leva o leitor a um passado histórico que “é muito mais do que um momento distante”. A busca da liberdade exige lutas e a compreensão disso “é um passo indispensável para se entender profundamente a realidade atual”. O livro ressalta a necessidade do conhecimento e da compreensão de nosso passado para entendermos o nosso presente. Só assim teremos condições para continuar a nossa busca pela liberdade.
quinta-feira, 12 de maio de 2011
13 de maio - dia de luta contra o racismo / dia dos pretos velhos
É inaceitável as justificativas econômicas e de colonização que foram impostas durante séculos ao povo negro.
Em 1837 a Lei nº 01 de 04 de janeiro dizia no seu artigo 3º que "São proibidos de frequentar as escolas públicas:
§ 1º - Todas as pessoas que padecem de moléstias contagiosas.
§ 2º - Os escravos e os pretos africanos ainda que sejam livres ou libertos.
A exclusão, o racismo e o preconceito sofridos pelos negros no Brasil ao não terem o direito ao acesso à educação durante o período da escravidão ainda é um problema a ser resolvido, mesmo com as políticas públicas adotadas pelo governo federal, ainda percebemos a invisibilidade da população negra no que se refere ao sucesso escolar, ainda temos poucos negros exercendo profissões, como por exemplo: juízes, desembargadores, promotores, médicos, diplomatas, senadores, cientistas, deputados, prefeitos e vereadores. É urgente o cumprimento da Lei 10.639/03, e de tantas outras leis que com certeza poderão aos poucos quebrar este silêncio em relação as questões éticas raciais, ao racismo brasileiro.É importante destacar que lá (1837) quando a lei excluia, ela era cumprida e hoje, quando a lei é de inclusão, ela é desrespeitada, muitas vezes também por aqueles que deveriam fazer cumprir verdadeiramente as leis.
O 13 de maio é uma data que deve ser de reflexão, de luta que deve ser sempre lembrada, não como lamento, mas de afirmação de onde viemos, o que somos e o que queremos e merecemos ser, é preciso sempre manter viva a memória, para não repetir esta atrocidade, este crime contra a humanidade que foi a escravidão.
O dia 13 de maio deve ser marcado por manifestações antirracistas, de denúncia de que a abolição em 1888 não incluiu a população negra brasileira nem tampouco garante o cumprimento integral da Constituição Brasileira, no que se refere "Todos são iguais perante a Lei", temos como exemplo a expectativa de vida dos negros que é menor que a dos brancos.
13 de maio dia dos pretos velhos, estes representam a força, a sabedoria, o amor e a caridade.
Sugestão de filmes:
Cafundó é inspirado em um personagem real saído das senzalas do século XIX. Um tropeiro, ex-escravo, deslumbrado com o mundo em transformação e desesperado para viver nele. Este choque leva-o ao fundo do poço. Derrotado, ele se abandona nos braços da inspiração, alucina-se, ilumina-se, é capaz de ver Deus. Uma visão em que se misturam as magias de suas raízes negras com a glória da civilização judaico-cristã. Sua missão é ajudar o próximo. Ele se crê capaz de curar, e acaba curando. O triunfo da loucura da fé. Sua morte, nos anos 40, transforma-o numa das lendas que formou a alma brasileira e, até hoje, nas lojas de produtos religiosos, encontramos sua imagem, O Preto Velho João de Camargo.
Quanto vale ou é por Quilo?
Uma analogia entre o antigo comércio de escravos e a atual exploração da miséria pelo marketing social, que forma uma solidariedade de fachada. No século XVII um capitão-do-mato captura um escrava fugitiva, que está grávida. Após entregá-la ao seu dono e receber sua recompensa, a escrava aborta o filho que espera. Nos dias atuais uma ONG implanta o projeto Informática na Periferia em uma comunidade carente. Arminda, que trabalha no projeto, descobre que os computadores comprados foram superfaturados e, por causa disto, precisa agora ser eliminada. Candinho, um jovem desempregado cuja esposa está grávida, torna-se matador de aluguel para conseguir dinheiro para sobreviver.
Sugestão de vídeos:
Assista aos vídeos disponibilizados na página: http://www.acordacultura.org.br/, venha conhecer os Heróis de Todo Mundo. Este projeto tem como propósito construir uma nova prática para pensar e agir as relações educacionais plurirracial e multicultural, dando visibilidade à cultura afro-descendente como protagonista na construção histórica do nosso país.
Projeto RS Negro - disponível gratuitamente no Portal da PUCRS http://ebooks.pucrs.br/edipucrs/rsnegro/ - http://www.pucrs.br/faced/educomafro/
Sugestão de leitura:
Em busca da liberdade - traços das lutas escravas no Brasil - de Emilio Gennari traz à tona o velho sonho de todos os oprimidos do mundo de todas as épocas: a liberdade das garras da opressão. E, junto com o sonho, as lutas travadas em busca da liberdade. Um texto leve e bastante informativo, de acordo com a editora, leva o leitor a um passado histórico que “é muito mais do que um momento distante”. A busca da liberdade exige lutas e a compreensão disso “é um passo indispensável para se entender profundamente a realidade atual”. O livro ressalta a necessidade do conhecimento e da compreensão de nosso passado para entendermos o nosso presente. Só assim teremos condições para continuar a nossa busca pela liberdade.
terça-feira, 22 de março de 2011
sexta-feira, 4 de março de 2011
Poemas de LUIZ CARLOS AMARO, retiradas do livro "Poemas em Preto e Branco"
ser + Ser
Como ser o negro mais esclarecido
sem ressuscitar o ser Castro Alves
na negritude à sombra desiludida
a esperar nascer que a morte salve,
nesse retumbar letárgico de lírios
a sepultar o negro X ativista,
antípodas dos mais antigos martírios
presente em todo eu maniqueísta.
Emerge do sonho de claro segredo,
ver em negro eis a solução: mudar
a premissa, amar o sujeito do medo,
requer sangue na cor, até na discórdia
abre internos caminhos pra reparar
nesta vida ou na morte, negros acordem...
CORDIAIS
Violam o eu do negro
matam seus poemas,
mas ficam as idéias
amargas de concreto.
Servis deturpam o papel
cúmplices no horror
com alvas mentalidades
coitaram a razão.
Grito em minha negra dor
neofascistas de aluguel
privam-me das letras,
mas não da liberdade.
sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011
O vermelho o sangue da Raça negra;
O amarelo o ouro da África;
O preto o orgulho da Raça negra;
O branco a Paz mundial.
Estas cores conhecidas internacionalmente como as cores da diáspora africana e constituem uma identidade internacional contra o racismo e a favor dos povos descendentes de África.
domingo, 13 de fevereiro de 2011
ESTEIO CARNAVAL 2011
Após manifestação da comunidade presente na rua coberta, recebemos a informação (através de uma ligação que fiz com o secretário de cultura de Esteio) de que a festa foi cancelada devido as fortes chuvas dos últimos dias, o mais surpreendente é que desde às 12h, não choveu mais em Esteio e que o evento estava agendado para um local coberto e que a prefeitura de Esteio tem equipamentos(lonas plásticas), já usados em outros eventos realizados na rua coberta e que nós, a negritude de Esteio não fomos contemplados em atividades anteriores, nem hoje para uso deste material, que entendo ser da comunidade e que não se encontrava lá na rua coberta nenhuma pessoa ou mesmo um cartaz informando que o evento foi cancelado, até mesmo a imprensa e assessoria de comunicação da prefeitura de Esteio não tinham sido avisados do cancelamento do evento.
Fica os questionamentos: Porque o descaso para com o povo negro? Porque não somos merecedores do mesmo tratamento dado a outros segmentos da sociedade esteiense? Porque não querem manter o carnaval de Esteio? Porque será que quando interessa nos localizam, conseguem contato? Até quando vamos deixar que alguns definam por nós sem ao menos nos consultar?, isso é ser humano, isso é democracia? Quem lucra com isso?.... e assim vai. é preciso estar atentos, unidos e fortes... não podemos deixar que alguns nos digam o que podemos e o que não podemos, somos cidadãos, portadores de direitos e obrigações e exigimos o cumprimento de compromissos assumidos, convoco a sociedade a lutar pela nossa cultura, por respeito e por oportunidades iguais.